Minha arte é caolha
Marolha
Marolha prá mim
Minha arte queima-se em teclas de desejo
Desajeito o meu viver
O sonho sei que não posso sonhar
A razão não me deixa mais pensar
Que um dia eu posso voar
no fundo do teu olhar
Minha arte queima
queima em desejo
E transforma-se em cinzas
Ora do pó da renovação
Ora da dissolução
Não sei quem sou
Sei menos ainda para onde vou
E dessa forma desperdiço meus dias em vão desafios
Inventados para fazer-me feliz
Caio e levanto
Danço
Rodopio
Divirto-me
Mas não sou quem quis
Inventei-me para não deixar de ser
E agora com tantas portas diante de mim
Não consigo despregar a máscara
que protege com sombras o meu coração.
Sinto solidão
Que é solidão de mim
Sinto solidão
E não me sinto mal assim
Sou quem sou e contente me lampejo
Ah! Mas quando surge esse imenso desejo
Deixo-me desdizer em vão